this feeling of gaze.
De vez em quando eu me sinto tão vazio, mas tão vazio, que tenho medo de ser grosso de mais com o primeiro inocente babaca que eu encontrar pela frente.
(…)
Mas eu e o Padre Phillip conversamos sobre jornalismo, sobre seu irmão, viagens, sobre como eu deveria faltar na aula para conferir a banda de jazz da faculdade e outras coisas. Tudo enquanto almoçávamos. Ele um sanduíche saudável, eu um cheeseburger. Estava me atrasando para conversar com o Dr. Bruno, doutor responsável pelos alunos internacionais que precisam de aulas de inglês, mas não liguei. “Great conversation, Father Phillip. Thank you very much”
(…)
Dai, fui lá conversar com o Dr. Bruno. Fui porque preciso de sua autorização para entrevistar algum professor do setor para o meu projeto de áudio.
Pessoa viajada, bem articulado e até simpatico, Dr Bruno é um verdadeiro filho da puta. Nunca fiquei tão nervoso com uma pessoa em menos de cinco minutos. Ele pode me pedir uma carta por escrito do projeto, pode falar que em muitas universidades é preciso um documento assinado pelos participantes para que não haja processos por danos morais depois, pode falar o tempo inteiro com um sorriso amarelo estampado, pode achar que ninguém vai participar porque é voluntário, pode ser o cara mais burocrático do mundo e justificar que está apenas fazendo o seu trabalho. Pode ser tudo isso.
Mas é só um verdadeiro filho da puta numa Universidade tão significante quanto o chiclete que grudou no meu tênis.
(…)
Mas eu ainda estou me sentindo bonzinho hoje. Não por causa do padre. Apenas estou.
E esse disco do Beach House, que há tempos planejava subir, cai como uma luva nesse post estranho.
O padre acredita no jornalismo. Não falei pra ele que não acredito muito. E por não acreditar, não sei nada sobre a banda. Eu só quero ouvir as músicas, gostar ou não, subir ou não, e falar o que vier à cabeça. Sei que a maioria só quer baixar mesmo.
Então vamos fazer um bonfire na praia, colocar cadeiras ao redor e ouvir esse lual de teclados, barulhos e eventuais violões. A voz meio grossa da mulher e as melodies nada pop, a não ser em “Master of None”, acompanhadas por barulhinhos minimalistas e de vez em quando grandiosos me deixa meio (mais) confuso.
A fumaça sobe, as cadeiras voam, as pessoas estao bêbadas e ela está triste. Parece não ligar para a dança dos frustrados e desesperados ao redor da fogueira. Continua com suas melodias tristes, como se as batidas que reproduz e o teclado que toca fosse trazer algo de volta. Ela não quer ninguém e nada dessa praia. A gente que se aproveita da tristeza alheia para se sentir menos pior, ou pior, ou só sentir, nessa dança que sempre cabe mais um. Então, ouça Beach House.
Beach House – S/T
Wednesday, November 29, 2006
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