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Jenny Lewis with the Watson Twins - Live at Stubb's, Austin (Oct. 23th 2006)

Depois de uma hora correndo em um Toyota a 80 milhas por hora, cheguei em Austin. Gostei de cara das quatro ruas que passei, das pequenas casas de show uma do lado da outra, do frio e das poucas pessoas andando pelas ruas. Fui para ver o show de Jenny Lewis with the Watson Twins, sem saber quais bandas iriam abrir o show.

Grata surpresa. A noite começa com The Blow (baixe o disco no polaroidrainbow). Uma espécie de Lily Allen indie nerd norte-americana, e não uma cool streets/spice girls britãnica, cantando em cima de bases programadas. Um belo show que segurou o público, principalmente o lado feminino com letras espertas e tal.

Depois de The Blow, e para por fim em qualquer pé atrás que tinha com Okkervil River, Will Sheff, vocalista da banda, entra para um set solo. O moço canta muito e suas letras fazem mais sentido no estilo folk violão e gaita. Foi um set curto, com algumas músicas de Black Sheep Boy (único disco que ouvi da banda) e outras, mas que valeu a pena. Todo mundo gostou e aplaudiu.

Tudo estava pontual, como programado, meia hora de blow, 40 minutos de Will e, às 9:15, Jenny e as gêmeas entram com seus vestidos pretos e o resto da banda com seus ternos e cabelos compridos. "Run Devil Rnn" é a primeira, claro, com a banda toda cantando em um microfone dos anos 50. É uma outra música, outro ritmo, outra letra, com "The Big Guns" entrando em seguida, como no disco. Daqui para o final, tudo muito bem ensaiado, tudo muito bem tocado e principalmente cantado.

As onze músicas de "Rabbit Fur Coat" foram tocadas e mais umas duas ou três novas. Começando pelas baladas, o show teve"Melt Your Heart" no estilo Mazzy Star, "Happy" com tristeza estampada na cara e na dança das Watson Twins. Tudo meio soul, tudo meio blues. Mas no meio, o country toma conta e "Rise Up With Fists!!!" e "You are what you love" forçam todos a dançarem.

Jenny ouve declarações de todos os tipos e fica sem resposta para a maioria, fica envergonhada e solta um risinho para baixo. Sabe que mesmo sendo uns 20 centímetro mais baixa que as gêmeas, sua voz e sua beleza conquistaram dos cowboys às menininhas indies. Tudo estava ganho. No bis, Jenny ficou só no violão narrando "Rabbit Fur Coat", seguido por uma música nova com a banda toda cantando no mesmo microfone de "Run..." e o grand finale com "Handle With Care". Agora a banda pode se abraçar e ser reverenciada por uns bons minutos. O show havia terminado.

No soul, Jenny não é uma Cat Power, e, no country, Jenny não é Neko Case, porque o negócio é realmente a banda e o show. De como eles soam pop country com um quê de indie sem serem bregas ou idiotas.