Broken Social Scene - Live at Suttb's, Austin (Oct. 26th 2006)
"Sabe de uma coisa, Bernardete, de vez em quando eu me sinto velho"Sabe quando você vai tomar banho em um dia frio, mas frio mesmo, e espera a água do chuveiro esquentar até ela começar a ferver? E por uns 2, 3 segundo a água está tão quente que parece estar caindo gelada nas suas costas? Até seu cérebro perceber que, não, a água está fervendo! O Do Make Say Think foi isso, mas ao contrário. Era uma noite de outono, mas fazia uns 30 graus, fora a umidade, e todo aquele post rock fazia cada texano e brasileiro se sentir no Canadá. Violinos, sax, baixão, duas baterias. Tudo bonito e de vez em quando nervoso. O deserto, seja ele de areia ou de neve, fez as pessoas se entenderem nesse show de abertura.
Mas ninguém esperava pelo o que vinha pela frente. Tá, EU não esperava. E eu estou sem palavras ainda para descrever o show que presenciei, mas vamos lá.
Kevin Drew é o primeiro e único a entrar no palco. No microfone, chama todos os componentes da banda. Não há Feist, não há Emily Haines. Mas se no DMST tinha dois bateristas, no BSS tinha um baterista e Jason Collett(acho...) percussionando tudo ao mesmo tempo e de forma linda. Se no show do Arcade Fire tinha uma violinista e uns causadores, no BSS tinha uma violinista e 5 causadores de trompete, saxofone e etc. Se há belos shows com belos duetos por ai, no BSS tem Kevin Drew, o cara do Apostle of Hustle e o baixista, e mais três vozes femininas, e mais backing vocals. Se tem bandas indies querendo fazer moderno dançar, o BSS faz qualquer um pular com cerca de quatro guitarras. Tá, chega de comparaçoes inúteis.Na ausência de Feist e de Emily, Amy Millan, vocalista do Stars, substituiu bem. Provavelmente não à altura, mas que, junto com Lisa, foi muito bem, isso foi. Segurou o show, dançou e se empolgou, ensaiou um pré mosh no meio do show e o concretizou na última música. Denis agarrou as pernas da não magrinha Amy.
"Fire Eyed Boy", "Superconnected", "KC Accidental" e "Almost Crimes" me fez pular como não pulava a muito tempo em shows. Bati muita palma em "Stars and Sons". Me emocionei com "7/4 Shoreline", "Bandwitch" com três vocais femininos, a linda "Anthem for a Seventeen year old Girl" e "Cause=Time". Entre todas as músicas, os metais e o violino iam e vinham, geralmente no final das músicas. Dando um final apoteótico para cada uma delas.
Kevin Drew não conseguia esconder a felicidade de estar tocando ali. Mostrando sempre seu carinho por Austin. Era uma massa de gente cantando e pulando, respondendo à altura todo aquele som que vinha do palco.
Mais alguns fatos: na penúltima música, a banda saca a maravilhosa "Lover's Spit", com a participação de dois Explosions in the Sky, banda de Austin. Um com uma das quatro ou cinco guitarras no palco e outro percursionando na frente. Sem falarem nada, foram ovacionados.
"This is our last song and it's gonna be huge!", disse Kevin Drew. Era "It's all gonna break", tocada por dez minutos. Tempo suficiente para Amy fazer o mosh e Kevin, emocionado (eu não sei, mas eu quero acreditar que o vi chorar no meio de tanto suor) descer do palco e mandar um cara, que foi lá pra frente nas últimas músicas causar, empurrar todo mundo e arranjar briga, ir embora. Peitou o cara, que não era pequeno, apontou o dedo pra fora e o mandou embora. Mais e mais aplausos de quem entendeu. Guitarra. Pausa. "GONNA BREAK". FIM."Sabe, Denis. Você está parecendo um adolescente com essa camiseta do BROKEN SOCIAL SCENE escrita em letras garrafais"
"É, eu sei, Bernardete. E ela está pequena, mas eu nem ligo"
(...)
Broken Social Scene - It's All Gonna Break
Tuesday, October 31, 2006
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