Terror Twilight
Nada como voltar pra casa depois de um dia de trabalho. A melhor parte são os cinco minutos de caminhada do ponto de ônibus até minha casa. É uma espécie de contagem regressiva com os pés, contagem regressiva para tirar esses sapatos duros, deitar no sofá e ficar ali, parado, por uns 15 minutos, até arranjar forças para ir tomar um banho. Contagem regressiva onde os pensamentos ruins vão evaporando pouco a pouco, dando espaço a um começo de fome e ao cansaço extremo. Sem espaços para nenhum pensamento.
As ruas são escuras, mas não perigosas. Não passa ninguém, isso ajuda a não pensar. De vez em quando eu trombo um velhinho passeando com um poodle feio ou alguns pedreiros indo embora tarde da obra ali perto. Hoje, tem um cara de blusa listrada parado, meio que se escondendo atrás de uma árvoce. Vou passar por ele daqui a pouco e não consigo tirar os olhos dessa figura. Ele começa a assobiar como se estivesse avisando traficantes que a polícia está chegando e não percebe que estou passando, está com fones de ouvido. Tento imaginar o que ele escuta. O que um sujeito parado assobiando, não uma música, mas algo aleatório escutaria? Estou a dois metros dele, quando vejo aquela raposa correndo em minha direção. Num breu total, não sabia o que fazer. Não fiz nada. Só pude pular de medo e quase torci meu pé na sarjeta. O cachorro, um golden retrivier bem bobo, pára do lado do japonês de blusa listrada e é quando ele percebe minha presença e meu pulo de desesperado.
"Hah. Err. Desculpa. Mas ele não faz nada, não", disse enquano colocava a coleira no animal.
"Err. Foi um sustão esse!"
Odeio japoneses que passeam com raposas sem coleiras.
Thursday, July 20, 2006
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