Monday, May 15, 2006

XXI's Classics

Em tempos conturbados, bom ouvir um hardcore, nénão? O problema é que eu não fui um adolescente hardcore/nervoso. Prova? Fui uma vez só no hangar, quando já tinha 18 anos e para ver um show de um amigo. Fiquei realmente abismado com todas aquelas crianças sentadas no chão se esforçando ao máximo a ficarem bêbadas com vinho barato, "causando" na rua (leia: gritando). Posso estar ficando velho e tal, mas ainda bem que não tive essa fase tão descarada de tentar ser diferente e punk no século XXI. Enfim.

O negócio é ouvir o Audit in Progress do Hot Snakes e viver no meu mundinho adolescente, enquanto o pau come lá fora. Como disse, não fui 'hc' e não conheço nofx, lagwagon ou blink 182 fase pré pelados a fundo, mas, no meu mundinho, eu consigo ver todos os adolescentes pegando o Audit in Progress, ouvindo e depois jogando no lixo todos os discos anteriorermente citados e outras cópias baratas e etc.

Audit é conservador nas baterias e muitas vezes nas linhas de vocais de John Reis(Rocket from the crypt) e Rick Froberg(Drive like Jehu), mas nas sete primeiras faixas, principalmente em "Retrofit", "Kreative Kontrol" e "Think About Carbs", esses caras mostram o hardcore contagiante e nervoso que se espera de uma banda dessas. Me empolgo muito.

Em "The Mystic Decade" e "Lovebirds" o disco acalma e a banda arrisca mais na mistura, deixando um clima meio Fugazi e The Make-up. Na seqüência, "Reflex" e "Hair and DNA" voltam a agitar, mas mais rocker e menos punk. E o grand finale com "Plenty of all", com riff de deixar os Strokes com inveja, finaliza no momento mais indie do disco.

São poucas as aventuras que a banda faz dentro do hardcore meio indie, onde suas bandas anteriores se firmaram, mas são riscos que não acontecem nesse mundinho. Onde as músicas continuam com o mesmo formato e com a mesma "atitude". Hot Snakes é foda, Period.

And you're still the sucker that you were

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